Nasci, provavelmente chorando na Beneficência Portuguesa (piada interna), em Porto Alegre.
Desde bem pequena e por sorte de ter uma família atenta e consumidora de MPB, meus ouvidos novinhos foram “catequizados” com Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa, Elis, Caetano Veloso, Ivan Lins e Gilberto Gil. Aos sete anos já era viciada no disco “Meus Caros Amigos”, do Chico...mas foi lá com meus onze anos quando comecei a estudar violão, que a música passou a ganhar um território especial e particular dentro da minha vida e dos meus sonhos.
Morando em Curitiba-PR e na adolescência, participei por dois anos consecutivos de um festival chamado “Música Viva” (festival do Colégio Positivo). No primeiro ano (1981) e ainda sendo um festival competitivo, em um duo com minha colega compositora Dani Braga, ganhamos o 2º lugar e participamos da gravação do disco do festival.
Ainda no 2ª grau, fui convidada a participar como backing vocal, de um show do compositor baiano chamado Chico Bezerra. Ali conheci alguns músicos, dentre eles Marcelo Sandmann, pianista e compositor que me chamou pra fazer parte da Banda da Terra, uma banda autoral de Rock Progressivo. E lá fui eu ouvir enxurradas de King Crimson, Led Zeppelin, Yes, Focus, Genesis, Arnaldo Baptista, Mutantes, Sergio Dias...envolvida com os ensaios da banda, show de estréia no TUC “Coloridos Surreais” junto com Marcelo Sandmann, Nelinho Koentopp, Luis Trevisani e Glaucio Capello, uma bela troupe...e prestes a fazer o vestibular e a prova de teoria e prática musical da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Assim, comecei a Faculdade de Artes do Paraná, na licenciatura plena em Artes Plásticas, a EMBAP, com violão clássico, e a trabalhar profissionalmente com teatro, inicialmente na execução musical e depois como atriz. Nessa fase, o ouvido tava bem mais voltado pra musica instrumental, um pouco pelo violão, outro pouco porque ia procurando e conhecendo outras sonoridades: Azymuth, Heraldo do Monte, Egberto Gismonti, Pau Brasil , Cheiro de Vida, Medusa, Sivuca, Hermeto, Pat Metheny, Miles Davis, Jean-Luc Ponty, Grupo D’Alma,...
Foi nessa época então que surgiram as minhas primeiras oportunidades de fazer composição de trilhas:
“No Balanço desse Trem” (1987) - de Mario Schoemberger e Regina Bastos.
“A Cegonha Boa de Bico”(1989) - de Marilu Silveira (peça infanto-juvenil), onde recebi a indicação ao Troféu Gralha Azul, premiação do teatro paranaense, na categoria Composição Musical.
No meio disso tudo, eu e minha nova parceira musical Rogéria Holtz, montamos um repertório pra lá de bacana de “MPB lado B”, pegamos nossos violões, nossos captadores, nossa estética musical e saímos por aí pela cidade fazendo shows. Ali tudo realmente começou, ou pelo menos ficou bastante claro que era o que eu queria...ensaiávamos loucamente (até porque isso era bem divertido), estudávamos os duos de violão das audições da EMBAP – eu, porque era minha lição como aluna, Rogéria, porque achava divertido - e nos metíamos a tocar onde aparecessem oportunidades...festivais, shows, festinhas, rodinhas, canjas e chegamos a participar até de uma campanha eleitoral pra TV...cantando, claro! O bacana é que essa parceria rende até hoje, recentemente com duas novas canções.
Em 91 cantei duas canções, uma delas parceria minha com Pepito Ferreira e Iva Avi, acompanhada pelo “Quarteto do Beco”, no show “Os Homens são todos iguais” de Carlos Careqa, no Centro Cultural Portão em Curitiba.
Ministrei vários workshops de composição para professores da rede pública do estado do Paraná, com o grupo de Teatro “Filhos da Lua” e fiz turnê com o grupo de teatro “Treze de Maio” em mostras de teatro e festivais na Argentina e Paraguai.
Fiz diversos shows em Curitiba, Natal, João Pessoa e Santa Catarina, com vários músicos da cena curitibana: Pepito Ferreira, Fabiano Coelho, Gilberto Zanellato, Nelson Pae...criei junto com Paula Giannini uma companhia de teatro chamada “Mandrágora Produções Artísticas”, onde produzimos o espetáculo de teatro ” E O Bicho Homem Como é que Será?” de Luiz Rettamozzo, Paulo Vítola e Marinho Gallera, levado ao teatro do SESI e Mini Auditório do Teatro Guaíra em Curitiba, Cine-teatro Presidente e Porto de Elis em Porto Alegre.
Voltei a morar em Porto alegre e depois de um tempo fazendo outros shows de MPB e pop onde trabalhou com diversos músicos em duos, trios e bandas, dentre eles Rafael Brasil, Meco Dutra, King Jean, Luis Pedro Bergmann, Amir Jaber, Carlos Lots e Marcelo Cougo, montei a banda “Os Waldos e a Aranha” também conhecida como “Os Waldos”, que fazia um repertório de Disco e Black Music e movimentou a cena porto alegrense durante quatro anos, até 2001.
Foram muitas formações até a definitiva, mas alguns músicos que fizeram parte foram Henrique Morales, Edson Junior, Amir Jaber, Marcelo Scherer, Ale Souza e Renato Mujeiko, Rafael Belleza, Jean Presser, Mario Carvalho, Herbert Lobato e Ciro Moreau.
A partir das influências que esses “tempos de Disco” me trouxeram, comecei a conceber o CD “Abracadabra”, produzido por Rodolfo Mendes, lançando em 2003 em Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba. Em maio, no show em Belo Horizonte no Teatro da Maçonaria, fiz o lançamento com os músicos mineiros Rodolfo Mendes, Marcelo Lopes, Claudio Moraleida, Armando Alvarenga e participação especial de Claudio Faria. Este show foi registrado pela Rede Minas de TV e levado ao ar em julho, na programação do "Especial Rede Minas", com várias reprises durante o ano.
Neste período, o Dj Mause produziu o "Abracadabra Remix" lançado no CD "Festa Dance 2004".
Através deste CD, recebi em 2004 a indicação ao Prêmio Açorianos, nas categorias: Revelação e Intérprete Pop/Rock.
Em 2004, participei da faixa “Cena Tropical” no CD “Suíte Xangri-lá” de Fausto Prado e Caetano Silveira, junto com Nelson Coelho de Castro, Gelson Oliveira e Marisa Rotenberg.
Em 2005, participei de uma coletânea de compositores no CD “Música na Casa” da Casa de Cultura Mario Quintana.
Em 2006, morando em Londres, vendi meus CDS pra lojas inglesas, espaços de intercâmbio entre brasileiros e participando da programação do "Guanabara", importante e conhecido local de shows pra comunidade brasileira. O CD ganhou também uma bela matéria na Revista Real, com distribuição no Reino Unido, Suiça, Irlanda e Bélgica.
Em 2007, de volta ao Brasil, criei o projeto Brasinaria, uma revisitada aos sambas e samba-choros dos anos 40 e 50, com projeto aprovado no MINC pra captação . Foi feita uma pequena amostragem deste trabalho no Estúdio Clio, na programação do “Encontros com o Professor” de Luiz Carlos Ostermann, dia da entrevista com a Marcia Tiburi. Eu, Giovani Berti e Jefferson Marx.
Em 2008, participei do CD e show de lançamento do disco "Prabaticum, Esplatifum, Brasimbolá" de New e Luís Mauro Vianna no Teatro Renascença.
Durante o ano de 2009 participei do elenco, no coro e solo do Musical “Vitória Régia” com composições de Everton Ferreira.
Em 2010 junto com Adrianè Muller, cantautora de POA, produzimos um novo show que estreou na programação do “Porto Verão Alegre”, com participação especial de Bebeto Alves. Logo após, participamos do projeto “Sons da Cidade” no Teatro Renascença. Junto com Paulo Braga, Térence Veras e Thiago Weber, criamos e gravamos um novo arranjo da música de Carlos Careqa e Chico César, “Menos de Doer, Mais de Doar”.
Em 2011 junto com o violonista e compositor Marcos Davi, montei um novo show pra São Paulo, apresentado no Café Paon e Photozophia, com Claudio Machado no contrabaixo e Vlad Rocha na bateria.
Isso se desmembrou em vários shows em Porto Alegre com Marcos Davi, James Liberato, Toneco da Costa, Everson Vargas, Térence Veras e Bruno Coelho, Lucas Esvael e Álvaro Luthi, com participação especial de Álvaro Rosacosta e Simone Rasslan
De lá pra cá muitos shows meus e coletivos pela cidade aconteceram e a produção do novo CD tem sido a minha caminhada. Novas e felizes parcerias de composição surgiram como Marcio Celi, Caetano Silveira, Luiz Mauro Vianna, Rodolpho Bittercourt e Eliana Chiossi, em músicas que farão parte do próximo CD “A Linha do Tempo”.
Algumas dessas canções já estão sendo ouvidas em rádios fora do Brasil como a SwissGroove da Suiça, a Algarve FM de Portugal e recentemente entrando na programação do Brazilian Blend, na ORTS radio em Oosterhout , Holanda.